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EXPOSIÇÃO ASAS DA MEMÓRIA

 

Exposição no Ecomuseu de Itaipu resgata passagem de Santos Dumont por Foz

21 de novembro de 2019

 

Duas exposições abertas no Ecomuseu de Itaipu resgatam a relação do inventor e aeronauta Alberto Santos Dumont (1873-1932) com as Cataratas do Iguaçu e exibem obras do artista plástico Adriano Monanc, de Foz do Iguaçu (PR), que já retratou as quedas d’água a bordo de um helicóptero.

 

As mostras “Asas da memória – Santos Dumont na Terra das Cataratas” e “Sinta”, de Monanc, podem ser vistas até maio de 2020. A abertura ocorreu na noite desta quinta-feira, 21.

 

O evento teve a presença dos diretores de Itaipu, Luiz Felipe Kraemel Carbonell (Coordenação), Mariana Thiele Favoreto (Jurídica), Anatalicio Risden Junior (Financeiro Executivo) e Paulo Roberto da Silva Xavier (Administrativo).

 

“Temos agora a oportunidade de mostrarmos neste espaço, que é de toda a comunidade, um pouco desta história [de Santos Dumont] e a arte de Monanc”, disse Carbonell. Para ele, as duas mostras são carregadas de significados e demonstram que é possível realizar quando “se tem vontade e fé naquilo que se acredita”.

 

Asas da Memória

O encontro casual de Santos Dumont com as Cataratas do Iguaçu, em abril de 1916, acabou definindo o futuro do Parque Nacional do Iguaçu e do turismo da região. “Posso dizer-lhe que esta maravilha não pode continuar a pertencer a um particular”, disse a Frederico Engel, dono do primeiro hotel de Foz, ao avistar as majestosas quedas d’água.

 

Graças ao pedido do “pai da aviação” – feito pessoalmente ao então governador do Paraná, Affonso Camargo – a área das Cataratas foi declarada de utilidade pública poucos meses depois de sua passagem por Foz. A decisão abriu espaço para a criação do Parque Nacional do Iguaçu, instituído por Getúlio Vargas via decreto, em janeiro de 1939.

 

O momento da passagem do aeronauta pela fronteira é resgatado em “Asas da Memória”, organizada pela Divisão de Educação Ambiental de Itaipu, área responsável pelo Ecomuseu.

 

Mais do que exibir os feitos do inventor – como um modelo de mesa de jantar a dois metros de altura do chão –, a exposição relata o encontro de Dumont com as Cataratas, sua jornada até Curitiba (para tratar do tema com o governo) e também outras curiosidades desta viagem, feita numa época em que o brasileiro já possuía popularidade e notoriedade internacionais.

O resgate histórico exigiu dois anos de pesquisas de um grupo de moradores de Foz – Izabelle e Kathlen Ferrari, Jackson Lima, Silvia Scandalo e Sergio Teixeira. “O que nos uniu foi a fascinação por este fato pouco conhecido sobre Santos Dumont e as tão conhecidas Cataratas”, afirmou Izabelle, que trabalha em um outro projeto: instalar no Parque Nacional uma réplica do hotel de Engels, onde se hospedou o aviador.

 

“Queremos que, quem visite o Parque Nacional, compreenda melhor porque há uma estátua de Santos Dumont no local”, completou Izabelle. Instalada por Elfrida Engel com apoio da Itaipu e da Vasp, a estátua em bronze do aviador é uma das paradas usuais de turistas do mundo inteiro. Orgulho iguaçuense

 

Descendentes de Frederico Engel, responsável pelo convite da visita de Santos Dumont a Foz, também participaram do evento nesta quinta-feira. É do acervo da família de Engel, por exemplo, os talheres usados pelo inventor em sua passagem pela cidade, expostos agora no Ecomuseu.

 

Renato Rios Pruner, Irma Jacy Pruner Salfer e Isabel Cristina Pruner conferiram de perto a exposição cujas origens estão no passado de seu bisavô Frederico. “Demos continuidade ao desejo de minha avó e de minha mãe, que sempre preservaram essa história”, afirmou Renato, piloto aposentado.

 

“É muito emocionante que comecem a dar valor ao feito do meio bisavô, o primeiro hoteleiro da cidade e das Cataratas, e da importância dele para a vinda de Santos Dumont”, completou Irma. “Ele se empenhou para trazê-lo da Argentina para Foz e isso foi fundamental para nossa cidade, para o Paraná e até para o Brasil.”

 

Os causos do encontro do patriarca com o “pai da aviação” são transmitidos com orgulho, de geração em geração. A Frederico, Santos Dumont disse para que o anfitrião não se preocupasse quando o visitante estava em uma área próxima do precipício do Salto Floriano. “As alturas não me perturbam”, afirmou.

 

Como visitar

As exposições “Asas da memória – Santos Dumont na Terra das Cataratas” e “Sinta” podem ser vistas de terça-feira a domingo, das 10h às 18h. Moradores da região trinacional não pagam ingresso, mediante comprovação de endereço.

 

Além das exposições temporárias, o Ecomuseu exibe fotografias, peças e objetos de época que ajudam a contar a história da região de Foz do Iguaçu, desde o período pré-histórico até a construção da usina de Itaipu. Mais informações no site.

EXPOSIÇÃO SOBRE A PASSAGEM DE SANTOS DUMONT POR FOZ DO IGUAÇU É REABERTA NO GRESFI

26/11/2021

 

A passagem do aviador Santos Dumont por Foz do Iguaçu e a articulação feita por ele para que as Cataratas do Iguaçu se tornassem Patrimônio Mundial foram testemunhadas por pessoas que viveram 105 anos atrás, especialmente pelo pioneiro da hotelaria iguaçuense Frederico Engel. Agora, essa história está sendo reconhecida e divulgada graças ao esforço de pioneiros, voluntários, historiadores, empresários e apoiadores da exposição “Asas da Memória – Santos Dumont na Terra das Cataratas”.

Depois de ficar quase dois anos em exibição no Ecomuseu da Itaipu, a exposição foi reaberta no último fim de semana, para integrar a programação da 16ª Feira Internacional do Livro, no Clube Gresfi, em Foz do Iguaçu. Até sábado (27), ficará aberta das 8h às 21h. A partir de segunda-feira (29), a visitação ocorrerá, inicialmente, por agendamento pelo número (45) 99118-6715, sempre de forma gratuita. “Estamos muito orgulhosos!”, reconheceu Sérgio Teixeira, um dos voluntários que remontaram a exposição. “Esta é mais uma oportunidade para que moradores e turistas conheçam essa história e vejam objetos raríssimos relacionados com a vida e com as invenções de Santos Dumont”, concluiu.

Além de objetos antigos raríssimos, peças históricas e fotos curiosas, desta vez a exposição traz reproduções de reportagens publicadas em jornais da década de 1910 relatando a passagem de Santos Dumont pelo Paraná. Uma mesa de dois metros de altura também mostra como o aviador brasileiro gostava de servir refeições aos amigos enquanto morou em Paris, França, onde inventou o avião. Artistas de Foz do Iguaçu fazem parte da exposição com obras em homenagem ao aviador e as crianças podem se divertir com a sensação das alturas, lançando aviões de papel num céu feito de tecido.

 

Gresfi – primeiro aeroporto de Foz do Iguaçu

A escolha do Clube Gresfi para abrigar a exposição levou em consideração o legado do imóvel onde funcionou campo de aviação e aeroporto entre 1935 e 1972 e a existência de um prédio histórico ainda preservado no local. Duas salas onde funcionavam as antigas companhias aéreas, como a Varig e a PANAIR do Brasil, foram destinadas para exposição. O presidente do clube, Marcos Costa, mineiro como Santos Dumont, não conhecia a história da passagem do pai da aviação por Foz do Iguaçu. “Foi uma pessoa influente, na época, que contribuiu para Foz do Iguaçu se tornar essa cidade referência no ponto de vista turístico”, ressaltou.

O Gresfi mantém um projeto de preservação histórica coordenado pelo historiador e museólogo Pedro Louvain. Atualmente, existe um circuito com 7 pontos de parada e acompanhamento de um monitor que pode ser feito de forma gratuita por qualquer pessoa interessada. Segundo o historiador, nesse circuito o visitante tem a oportunidade de fazer um passeio pelo sítio histórico do primeiro aeroporto de Foz do Iguaçu, o Aeroporto do Parque Nacional do Iguassú. “Agora temos mais uma importante atração: a exposição sobre o aeronauta mais famoso do Brasil e sua participação na criação do Parque”, reconhece Pedro Louvain.

 

Santos Dumont e as Cataratas

Em 1916, quando soube que Santos Dumont desembarcou em Puerto Iguaçu, Argentina, como parte de um roteiro de viagem pela América do Sul, o pioneiro da hotelaria iguaçuense, Frederico Engel, não perdeu a chance. Buscou apoio da prefeitura de Foz do Iguaçu para trazer o visitante ilustre para o “lado de cá” da fronteira. Santos Dumont já era uma personalidade mundial, tinha sido o primeiro homem a voar num aeroplano dez anos antes, no voo histórico do 14-Bis. As autoridades locais consideraram que não tinham muito a oferecer, mas Engel insistiu, tornou o convite oficial e foi atendido por Santos Dumont. Em visita a Foz do Iguaçu, Santos Dumont primeiro foi recebido no “Hotel Brasil”, hotel instalado no (agora) centro da cidade. Foi recebido com uma festa!

No dia seguinte, Frederico Engel, Frederico Engel Filho e Santos Dumont partiram para o passeio nas Cataratas. Lá, instalaram-se na filial do “Hotel Brasil”, uma pequena casa de madeira batizada de “Hotel dos Saltos”, que ficava de frente para as quedas. Frederico Engel tinha adquirido o direito de explorar a hospedagem a partir de um arrendamento feito pelo dono das áreas, o estrangeiro Jesus Val. Sim, as terras onde ficam as Cataratas do Iguaçu já foram quintal da propriedade de um particular. E foi isso que fez Santos Dumont desviar o rumo da viagem dele e partir para a capital do estado do Paraná, Curitiba, em vez de seguir para o Rio de Janeiro, como era previsto. Lá, ele esteve com o governador do Paraná, Affonso Camargo e pediu que as terras onde estão as Cataratas se tornassem patrimônio público. Três meses depois saiu o decreto de desapropriação.

 

SERVIÇO

Exposição Asas da Memória – Santos Dumont na Terra das Cataratas

Local: Clube Gresfi (Av. JK, 1740, Jd. América, Foz do Iguaçu)

Entrada gratuita

 

Data: Até sábado (27)

Hora: Das 8h às 21h

 

Data: A partir de segunda-feira (29)

Hora: Agendamento pelo número (45) 99118-6715

Por que tem uma estátua de Santos Dumont nas Cataratas do Iguaçu?

28 de julho de 2022

 

Não, Santos Dumont não sobrevoou as Cataratas do Iguaçu como muitos acreditam. Aliás, a obra dele relacionada às quedas tem relação com um deslocamento de centenas de quilômetros em terra firme, no lombo de cavalo, a bordo de automóveis que paravam por falta de combustível ou necessidade de manutenção e, ainda, por sobre os trilhos de trem. Essa história se passou no mês de abril de 1916...

 

Quando Alberto Santos Dumont desembarcou na região de fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, em 1916, ele já era uma celebridade mundial. Dez anos antes tinha provado ao mundo que era possível tirar um aeroplano do chão com a força do próprio motor. Por isso, é fácil imaginar a agitação no porto onde ele desembarcou, em solo argentino, numa cidade chamada Puerto Aguirre (hoje, Puerto Iguazu). Vinha de Buenos Aires, capital argentina e, antes disso, tinha participado do Congresso Pan-americano de aviação, no Chile. A presença do ilustre brasileiro na região de fronteira tinha relação com uma visita que ele faria às Cataratas do Iguaçu, a maior sequência de quedas d´água do mundo, cravada no limite geográfico entre Argentina e Brasil.

 

Entre as pessoas que frequentavam o porto havia um hoteleiro brasileiro chamado Frederico Engel, que atuava na margem brasileira da fronteira, na cidade de Foz do Iguaçu (ainda Vila Iguassu, na época). Uma emoção patriótica tomou conta dele. Foi ter com o então prefeito de Foz do Iguaçu para que fosse feito um convite oficial que trouxesse Santos Dumont ao lado brasileiro destes confins do oeste do Paraná. Uma comissão foi formada. Convite feito, convite aceito.

 

Em Foz do Iguaçu, Santos Dumont foi hospedado no quarto número dois do modesto Hotel Brasil, da família Engel. O registro consta no livro de hóspedes do hotel, relíquia de família preservada até os dias de hoje como prova deste relato. Santos Dumont registrou ali, em 24 de abril de 1916, qual seria o seu próximo destino: Rio de Janeiro. Também consta a assinatura incomparável do notável esportista e inventor.

 

Em homenagem ao pai da aviação, uma churrascada foi feita ainda no dia 24 de abril. Em seguida, Santos Dumont partiu para um passeio que mudaria o rumo da história das Cataratas do Iguaçu e da vida de todos nós que hoje podemos visitar essa maravilha natural. Acompanhado pelo hoteleiro Frederico Engel e pelo filho dele Frederico Engel Filho, Santos Dumont foi visitar a paisagem brasileira das quedas, percorrendo 18 km de mata virgem a cavalo. A picada tinha sido aberta pelo próprio Frederico Engel. “Imagine uma imensa queda d´água oferecendo o mais bizarro pitoresco deste mundo: cachoeiras numerosas e variadíssimas ilhas espalhadas por ali, e a vegetação, e uma infinidade de aspectos belíssimos”, declarou o aeronauta ao Jornal Estado de São Paulo, um mês depois da visita, em 11 de maio de 1916.

 

Estando próximo às quedas, foi acomodado por Frederico Engel e pelo filho dele numa espécie de filial do Hotel Brasil, conhecido como “Hotel Brasil dos Saltos” que era, na verdade, uma casa de madeira com dois quartos, sala de jantar, cozinha e despensa. De fato as instalações não eram o principal atrativo do hotel. Mas o que se via e se ouvia naquelas paragens era suficiente para compensar quaisquer sacrifício.

 

O Hotel Brasil dos Saltos ficava de frente para as Cataratas do Iguaçu. Certamente dava para ouvir os estrondos das centenas de cachoeiras que se lançam sobre as pedras; dava para sentir o cheiro do vapor de água que se forma ao redor e, quem sabe, até sentir cair alguma gotícula sobre a pele. A paisagem tropical abrigava animais selvagens da Mata Atlântica e plantas de beleza exuberante e inigualável.

 

A altura das quedas que chegam a 80 metros em alguns pontos, de certa forma, hipnotizou Santos Dumont. Ele se atreveu a caminhar até a ponta de uma tora úmida que tinha ficado enroscada no topo de um dos saltos, deixando extremamente apreensivos os anfitriões que ali estavam e presenciaram tudo. Ninguém se atreveu a dizer nada enquanto ele esteve parado, de braços cruzados, extasiado, contemplando as quedas porque qualquer distração poderia ser fatal, tamanha a força das águas. Ao retornar, Frederico Engel expressou o desespero causado, mas o aeronauta bateu-lhe amigavelmente no ombro e, procurando acalmá-lo, disse: “As alturas não me perturbam, não se preocupe”. Era de se esperar.

 

Santos Dumont ficou dois dias e duas noites hospedado de frente para os saltos. Contemplou as quedas ao luar, caminhou ao redor, desfrutou do encantamento gerado pela paisagem. Soube, por Frederico Engel, que o hotel era arrendado a partir de uma autorização do proprietário daquelas terras, o estrangeiro Jesus Val. Sim! As Cataratas eram propriedade particular, tinham sido concedidas pelo governo brasileiro da então Colônia Militar a Jesus Val (os registros apontam para duas nacionalidades: espanhol e/ou uruguaio).

 

Essa informação fez Santos Dumont mudar o rumo da viagem dele. Não demorou a dizer a Frederico Engel: “esta maravilha não pode continuar a pertencer a um particular”. Comentou que iria, pessoalmente, até a capital do estado, Curitiba, para ter com o presidente do Paraná na época, Affonso Camargo, para tratar da desapropriação das Cataratas.

 

De volta à sede do hotel na cidade, houve um baile em homenagem ao pai da aviação. O festejo foi animado pela banda “A Furiosa”. Santos Dumont apreciou as pessoas da sociedade que dançavam em honra da presença dele e permaneceu grande parte do tempo parado perto do piano do hotel. O traje era um culote e uma simples túnica cáqui e polainas marrons, sem deixar seu clássico colarinho alto. Ficou na festa até às 4h da madrugada do dia 27 de abril de 1916 quando partiu a cavalo para a capital do estado. Foi acompanhado pelo fiscal da prefeitura de Foz do Iguaçu, senhor Izidro Pires, e pelo soldado da polícia, senhor Virgílio Mendes.

 

E é exatamente esse feito histórico de Santos Dumont que se pretende enaltecer. Ele partiu para uma viagem extremamente perigosa e desgastante, primeiro, a cavalo, seguindo as picadas que acompanhavam a linha telegráfica desde Foz do Iguaçu até a cidade de Guarapuava, na região central do estado, distância aproximada de 400 km. Depois, foram mais 300 km de carro e trem até Curitiba, passando pela cidade de Ponta Grossa.

 

Por onde passou, Santos Dumont recebeu homenagens e manifestações de reconhecimento pelo feito incrível de ter desbravado os ares. As multidões não poderiam imaginar que ele tinha ainda mais a fazer pela humanidade. Santos Dumont esteve com o presidente do Paraná, Affonso Camargo e, três meses depois, saiu o decreto de desapropriação das terras das Cataratas do Iguaçu, declarando a área “de utilidade pública, para fim de nele se estabelecerem uma povoação e um parque”.

 

Por isso o patrono da aviação é também considerado patrono das Cataratas do Iguaçu. Por isso, em 1979, foi levada ao Parque Nacional do Iguaçu (onde estão as quedas), uma estátua de bronze de Santos Dumont, em tamanho real. Ocorre que, graças ao empenho desmedido e abnegado de Santos Dumont, os brasileiros e milhões de turistas de todas as partes do mundo podem visitar os saltos que agora são declarados Patrimônio Mundial Natural pela Unesco. E, lamentavelmente, esses mesmos turistas acabam por desconhecer o motivo que trouxe uma estátua do inventor do avião para perto das Cataratas do Iguaçu.

 

Me chamo Izabelle Ferrari, sou jornalista, e por quase 20 anos atuei como repórter de televisão em Foz do Iguaçu, onde nasci. Graças a esse trabalho, conheci descendentes de Frederico Engel e tive o privilégio de saber desta história. Dezenas de vezes contei-a aos turistas cheios de dúvidas que passeavam pelas Cataratas. Sempre que possível, incluí essas informações em reportagens. 

 

Há cinco anos faço parte de um pequeno grupo de voluntários que luta para que seja construído um espaço de memória resguardando essa história dentro do Parque Nacional do Iguaçu, perto das Cataratas.

 

Em busca disso, nós montamos uma exposição com o livro de hóspedes assinado por Santos Dumont, com móveis e utensílios do Hotel Brasil em que ele ficou hospedado, recortes de jornais da época e com os relatos manuscritos deixados pela filha de Frederico Engel, Elfrida Engel Nunes Rios (falecida em 1991), a quem manifesto minha eterna gratidão. Graças aos registros que ela deixou, brasileiros e turistas do mundo puderam saber de mais esta obra do pai da aviação. Foi da filha dela, Irma Rios Pruner (também falecida) que ouvi, pela primeira vez, o que relatei acima.

 

Dona Elfrida tornou essa história conhecida quando foi premiada com o terceiro lugar no Concurso de Documentos Históricos de Santos-Dumont, idealizado em homenagem ao centenário de nascimento do inventor, em 1973. Em 1981, ela recebeu, do ministro da aeronáutica, a medalha “Mérito Santos Dumont” por ter tornado pública essa história.

 

Também foi ela a responsável pela mobilização que resultou na instalação da estátua de bronze de Santos Dumont em frente às Cataratas do Iguaçu. Quando Santos Dumont esteve em Foz do Iguaçu, Elfrida tinha 16 anos e o conheceu. Desde a passagem dele, nada mais permaneceu como estava. Apenas desejo que nós saibamos dar o devido reconhecimento a todos os envolvidos e possamos tornar essa história cada vez mais conhecida!

 

Agradeço ainda aos bisnetos de Frederico Engel que guardam o acervo relacionado a esta história com todo amor e apreço, apesar de ainda faltar o devido reconhecimento a esta história: Irma Jacy, Renato, Isabel e Elfrida. 

 

Grata pela oportunidade de mais uma vez trazer essa história à luz,

Izabelle Ferrari.  

(*este texto foi vencedor na categoria “Curiosidades” em concurso promovido pela Divisão de Arquivo Público da cidade de Santos Dumont, com tema "Santos Dumont e sua obra", em agosto de 2022).

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